Passo #5: Gordura saturada faz mal?

Estamos no 5º passo de nossa sequência e acho que faz sentido recapitular os quatro anteriores. Só pra não ficarmos perdidos 🙂

Rapidinho, vamos lá:

  1. Você entendeu o que é uma Alimentação Saudável: a mais natural possível, sem açúcar, grãos, óleos de grãos, nem glúten. Comer verduras e legumes, mas também usar a gordura natural dos alimentos (presente nas carnes, ovos, peixes, queijos, manteiga e outros) como fonte de energia. Manter a carga glicêmica baixa.
  2. Aprendeu que o processo de engordar / perder peso está intimamente ligado a hormônios (principalmente a insulina). A “sabedoria” tradicional (comer menos e se exercitar mais para perder peso) não faz sentido.
  3. Tirou o açúcar e a farinha de trigo do seu dia a dia.
  4. Aprendeu que contar calorias não funciona. Mais importante do que a quantidade de calorias e a sua qualidade.

Os passos 5, 6 e 7 falam sobre uma importante fonte de energia que atualmente é demonizada: a gordura natural dos alimentos (mesmo a saturada – aquela da manteiga, carne, macadâmia e outros).

Será que a gordura saturada faz mal?

Vamos mostrar que você não precisa ter medo dela*. Ela não só não engorda como pode ser saudável. E não vai causar problemas ao coração.

Antes de passar para o “prato principal” do nosso quinto passo, vale um esclarecimento.

Quando falamos gordura natural dos alimentos, nos referimos àquela que está na carne, frango, peixes e frutos do mar, ovos, azeite, abacate, coco, castanhas e amêndoas, azeitonas, manteigas e queijos, óleo de coco, nata e outras.

Estas são saudáveis. Agora, as gorduras hidrogenadas trans e gorduras poli-insaturadas dos óleos vegetais (soja, milho, canola, girassol e outros) não são boas.

Ficou claro?

Então agora sim seguimos.

A gordura saturada é um tipo de gordura encontrada principalmente em alimentos de origem animal, como carnes gordurosas, laticínios integrais e produtos de panificação. Embora seja uma parte natural da dieta, o consumo excessivo de gordura saturada tem sido associado a uma série de malefícios para a saúde e pode dificultar o processo de emagrecimento.

Em primeiro lugar, a gordura saturada é conhecida por aumentar os níveis de colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”, no sangue. O excesso de LDL pode se acumular nas paredes das artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais. Reduzir a ingestão de gordura saturada pode ajudar a manter os níveis de colesterol sob controle e proteger a saúde do coração.

Além disso, a gordura saturada tem sido associada a um maior risco de resistência à insulina e diabetes tipo 2. Estudos mostram que uma dieta rica em gordura saturada pode interferir na capacidade das células de responder à insulina, levando a níveis elevados de glicose no sangue e aumentando o risco de desenvolver diabetes. Controlar a ingestão de gordura saturada é importante para prevenir o desenvolvimento dessas condições metabólicas.

No que diz respeito ao emagrecimento, a gordura saturada é uma fonte de calorias densas e pode contribuir significativamente para o consumo excessivo de calorias. Embora todas as gorduras tenham nove calorias por grama, a gordura saturada tende a ser encontrada em alimentos com alto teor calórico e baixo valor nutricional, como fast foods, lanches processados e doces. Reduzir a ingestão de gordura saturada pode ajudar a controlar a ingestão total de calorias e facilitar a perda de peso.

Substituir fontes de gordura saturada por opções mais saudáveis, como gorduras insaturadas encontradas em alimentos como abacates, nozes, sementes e peixes gordurosos, pode ter benefícios significativos para a saúde e o processo de emagrecimento. As gorduras insaturadas são conhecidas por promover a saúde cardiovascular, melhorar a sensibilidade à insulina e aumentar a saciedade, o que pode ajudar a reduzir o consumo total de calorias e a facilitar a perda de peso.

Em resumo, o consumo excessivo de gordura saturada pode ter vários efeitos adversos para a saúde, incluindo aumento do risco de doenças cardiovasculares e resistência à insulina. Além disso, pode dificultar o processo de emagrecimento, devido ao seu alto teor calórico e baixo valor nutricional. Optar por fontes de gorduras mais saudáveis e equilibradas pode ajudar a melhorar a saúde metabólica e facilitar a perda de peso.

“Quando analisamos as informações científicas que serviram de base para aconselhar mudanças tão drásticas no estilo de alimentação, no entanto, ficamos absolutamente surpresos: elas não permitem tirar as conclusões que foram apregoadas!

Embora 50% dos infartos do miocárdio ocorram em pessoas com colesterol normal, não há dúvida de que pessoas com níveis mais altos de LDL no sangue correm risco maior de doença coronariana.

Está demonstrado, também, que a redução do consumo de gordura animal faz cair os níveis de LDL. O que não está comprovado é que ingerir menos gordura animal diminua a probabilidade de ter ataque cardíaco ou de viver mais tempo.

Em outras palavras: até hoje, nenhum estudo epidemiológico para avaliar as consequências de uma dieta rica ou escassa em gordura animal na longevidade humana ou na prevalência de infarto do miocárdio conseguiu demonstrar relação de causa e efeito. (…)

Nos últimos 20 anos, enquanto o consumo de gordura animal caiu 6% (de 40% para 34%) na população americana, a prevalência de obesidade aumentou de 14% para mais de 22%. Ao lado dela, cresceram os casos de diabetes e hipertensão arterial. Esses dados conduzem a estas suspeitas:

1) Será que dietas mais pobres em gordura não levariam à obesidade?

2) A diminuição da atividade física provocada pelo aumento da massa corpórea não aumentaria o risco de doença cardíaca?

3) Não estaria no aumento do número de casos de diabetes e hipertensão ligados à obesidade parte da explicação para os ataques cardíacos do homem moderno?

A questão está longe de ser resolvida. Dizer que uma dieta pobre em gordura deve ser adotada porque se não prolongar a vida, mal não fará, não tem fundamento científico. E pode nem ser verdade.”

Viu? Dá pra comer carne vermelha sem peso na consciência. Mas por favor, sem pão! 🙂

* para uma minoria, o aumento do consumo de gordura na dieta pode alterar significativamente o nível de LDL no sangue. Por isso, mantenha seus exames em dia assim como seu acompanhamento médico.

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