Qual dieta que melhor e mais rápido emagrece?

por Danilo Balu para o Comida de Verdade.

Ele é autor de livros sobre Nutrição e Corrida, desvendando mitos que já duram décadas. Recomendo a leitura de seus livros “O Nutricionista Clandestino” e “O Treinador Clandestino”.

Vamos ao texto!

O que de fato nos faz de fato emagrecer?

Recentemente um especialista da área iniciou um debate porque ao tentar criticar as dietas low-carb acabou por dizer que entre todas as dietas havia uma similaridade que seria o déficit calórico nos indivíduos que perderam peso.

Há pouca gente séria que defenda a superioridade das dietas de baixo carboidrato que vá negar que algo que se observa em quem perde peso com low-carb é que haja mesmo déficit calórico, ou seja, que a pessoa acaba consumindo menos calorias do que gasta no período de emagrecimento.

Ninguém quer reescrever as leis da Física, mas o que se discute é o que é causa e o que é consequência. A pessoa perdeu gordura não porque consome menos comida, mas ela está consumindo menos comida porque está emagrecendo, e assim precisa comer menos porque usa sua gordura como energia no dia a dia.

Pode parecer estranho, mas são coisas bem diferentes.

Não existe dieta infalível, não existe “A” melhor dieta.

Na verdade, quando estudadas todas mais a fundo, vemos que as dietas, não importa qual, tem uma eficiência muito baixa. Ou a pessoa emagrece menos do que deseja (o que por si só não é uma deficiência), mas tem como limitação o de muitas pessoas recuperarem depois parte do peso perdido.

Quando alguém vem e me pergunta qual a minha linha (se low-carb ou paleolítica, por exemplo), eu fico meio que sem resposta.

Primeiro porque eu não faço a menor ideia de quanto de carboidrato (em gramas ou porcentagem) eu consumo. E segundo porque mesmo entre quem eu oriento eu sei esses valores. E terceiro porque ainda que seja um grande adepto das ideias da dieta paleolítica, faço questão de consumir alimentos que descaracterizariam a minha dieta como tal (ex: laticínios).

As dietas low-carb e a paleo se aproximam em alguns aspectos, porém, se distanciam em outras. Como acho desnecessário e meio que um absurdo um indivíduo saudável contar carboidratos e como faço questão de recomendar alimentos que não sejam paleo, não consigo me definir como nem um nem como nem outro.

Mas há algo que encontramos em comum em praticamente todas as dietas eficazes, ou seja, que atingiram aquilo a que se propuseram…

Fator de sucesso em dietas eficazes: indivíduos tinham baixo consumo de alimentos processados.

Muitos dos críticos da obra Gary Taubes, que foi quem trouxe novamente a teoria da superioridade e segurança de uma dieta low-carb, é que ele releva que há muito carboidrato que pode ser consumido sem grandes temores, que o grande vilão da dieta ocidental, que causou uma crise nunca antes vista de obesidade e diabetes é mais do que carboidrato, mas de como ele vem: na forma de alimento processados e refinados.

Visto dessa maneira, mais do que ser low-carb, pouco importa saber qual a quantidade ou qual a porcentagem do seu consumo de carboidratos desde que eles venham de alimentos não-processados, que ele venha de comida de verdade. Mais importante do que ser paleo ou não, é saber se a comida existe ou se ela é industrializada, processada.

Não podemos nos esquecer que o homem passou algumas dezenas de milhares de anos de alimentando tão somente de comida de verdade, de alimentos em que era preciso descascar, não desembalar. Foi somente quando passou a consumir alimentos processados e muito açúcar que as doenças da civilização moderna (diabetes, hipertensão, obesidade, gota…) se disseminaram preocupantemente.

Concluindo…

Comer deveria ser algo muito simples e prazeroso. E o jeito mais seguro de se fazer isso é sem dúvida fazê-lo comendo comida de verdade. Assim o foi pela maior parte da história da humanidade. Não se preocupe tanto com quantidade ou porcentagem de carboidrato, mas se o que você escolheu consumir seria considerado comida também pela sua avó e bisavó.

Danilo Balu

Mais sobre suas obras

O Treinador Clandestino

O objetivo deste livro é trazer ao corredor (ou mesmo treinadores) questionamentos de dogmas antes não muito discutidos no treinamento e na prática da corrida.

De forma didática e embasado em estudos científicos sérios e apresentados de forma simples, o livro nos leva a repensar tudo aquilo que diziam ser verdade nesta modalidade mais antiga que os Jogos Olímpicos.

Ao terminar de ler a obra o leitor poderá questionar tudo o que você já ouviu falar sobre aspectos fundamentais da corrida sem medo.

O Nutricionista Clandestino

Este não é um livro de dieta, nem um manual para a perda de peso. O objetivo deste livro é, sem falsa pretensão, proteger o leitor de equívocos graves que muitos nutricionistas profissionais repetem em revistas e programas de TV.

É uma apresentação didática de estudos científicos sérios ao público em geral e o que a conclusão deles nos leva a repensar sobre emagrecimento e controle de peso.

Ao terminar de ler a obra o leitor poderá questionar, com conhecimento de causa, seus hábitos alimentares e sua alimentação de modo a favorecer o controle ou perda de peso.

 

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