Cuidado com as dietas mágicas de curto prazo

Mudar a alimentação pra emagrecer nas férias? Fazer dietas de curto prazo?

Evitar gorduras, comer refeições de 240kcal e fazer 6 a 8 refeições por dia?

Sim, ainda existem nutricionistas que pensam assim. E ainda por cima tem estas ideias publicadas em meios de grande circulação. Uma pena. Veja a entrevista aqui.

Por aqui sabemos que quem come comida de verdade não precisa ficar contando calorias nem comer muitas vezes ao dia, tem refeições balanceadas em nutrientes e ainda por cima muito gostosas.

Além disso, gordura não engorda! Quem já entendeu o papel da insulina no nosso metabolismo sabe disso. Por outro lado, açúcar, farinha de trigo e outros carboidratos refinados, fazem mal além de ajudar a engordar.

Por último, me parece irresponsabilidade incentivar as pessoas a pensar em “emagrecer nas férias”, quando a postura de um profissional de saúde deveria ser emagrecimento saudável e sustentável, independente do período do ano.

Ainda há um longo caminho a percorrer…

As dietas restritivas são aquelas que impõem limitações significativas na ingestão de certos alimentos ou nutrientes, com o objetivo de promover a perda de peso ou alcançar outros objetivos de saúde específicos. Embora essas dietas possam oferecer resultados rápidos a curto prazo, há uma crescente preocupação com seus efeitos sobre a saúde a longo prazo.

Evidências científicas têm mostrado que dietas restritivas, especialmente aquelas que restringem grupos inteiros de alimentos, podem levar a deficiências nutricionais. Por exemplo, dietas extremamente baixas em carboidratos podem resultar em falta de fibras, vitaminas do complexo B e outros nutrientes essenciais encontrados em alimentos ricos em carboidratos, como frutas, legumes e grãos integrais.

Além disso, dietas restritivas podem desencadear um ciclo de privação e compulsão alimentar, contribuindo para distúrbios alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). Estudos têm mostrado que a restrição severa de alimentos pode desregular os sinais de fome e saciedade no cérebro, levando a comportamentos alimentares disfuncionais e uma relação prejudicada com a comida.

Outro aspecto preocupante das dietas restritivas é seu potencial impacto negativo sobre o metabolismo. Pesquisas sugerem que dietas extremamente baixas em calorias ou em macronutrientes específicos podem diminuir a taxa metabólica basal, dificultando a perda de peso a longo prazo e predispondo o indivíduo ao efeito sanfona.

Além disso, dietas restritivas podem afetar negativamente a saúde mental e emocional. Restringir certos alimentos ou grupos alimentares pode levar a sentimentos de privação, culpa e ansiedade em torno da comida. Estudos têm mostrado uma associação entre dietas restritivas e um maior risco de desenvolvimento de sintomas de depressão e ansiedade.

Por fim, é importante ressaltar que não existe uma abordagem única para a alimentação saudável, e cada pessoa pode ter necessidades nutricionais individuais. Em vez de adotar dietas restritivas, os especialistas recomendam uma abordagem equilibrada e sustentável para a alimentação, baseada em alimentos integrais e variados, que atenda às necessidades nutricionais e promova uma relação saudável com a comida.

Em resumo, embora as dietas restritivas possam oferecer resultados rápidos a curto prazo, suas consequências para a saúde a longo prazo são motivo de preocupação. Evidências científicas indicam que essas dietas podem levar a deficiências nutricionais, distúrbios alimentares, desregulação metabólica e impactos negativos na saúde mental e emocional. Uma abordagem equilibrada e individualizada para a alimentação é fundamental para promover a saúde e o bem-estar a longo prazo.

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